Ameaças a autoridades e o limite da intolerância

As recentes ameaças ao presidente Lula (PT) revelam um fenômeno preocupante: a escalada da violência política no Brasil. O caso, investigado pela Polícia Federal, não é um episódio isolado. O suspeito, que não teve a identidade revelada, teria ameaçado cometer um atentado contra o presidente durante a visita que ele fará a Belém nesta quinta-feira (13).

Nos últimos anos, discursos de ódio e polarização extrema têm alimentado ataques contra figuras públicas, colocando em risco não apenas indivíduos, mas a própria democracia.

A discordância política é natural e saudável em qualquer sociedade democrática, mas quando se transforma em incitação à violência, cruza-se um limite perigoso. Medidas como a tornozeleira eletrônica imposta ao suspeito são um passo necessário, mas insuficiente. O combate ao extremismo exige mais do que punição: passa por educação, pelo fortalecimento das instituições e pela responsabilização daqueles que, de forma irresponsável, alimentam esse clima de hostilidade.

A política deve ser o espaço do debate, não da ameaça. Se a sociedade não enfrentar esse problema com seriedade, a democracia continuará refém do medo.

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