Direito de manifestar não é licença para violência

A série de protestos que tem bloqueado rodovias no extremo sul da Bahia, liderados por grupos indígenas, levanta uma questão sensível e urgente: quando o direito de protestar passa a violar o direito coletivo à livre circulação?

É inegável que manifestações são instrumentos legítimos de reivindicação. No entanto, quando essas ações ultrapassam os limites da legalidade e colocam em risco vidas, como no caso do caminhão incendiado e da motorista aterrorizada, o debate muda de tom.

A liberdade de expressão não pode ser confundida com licença para o caos. A interrupção de vias federais, o uso da intimidação e da violência como forma de pressão colocam em xeque a própria causa dos manifestantes, que perdem apoio popular e legitimidade.

O Estado, por sua vez, precisa agir com equilíbrio: garantir o direito ao protesto, mas também assegurar a ordem e a segurança dos demais cidadãos. Quando o diálogo falha, cabe à Justiça impor os limites. Direitos não podem ser exercidos às custas dos direitos dos outros.

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